Ir al contenido principal

RICARDO CARVALHO CALERO, Apresentação

Apresentação







Ricardo Carvalho Calero (Ferrol, 1910 - Compostela, 1990), grande vulto da cultura galega do século XX, foi, segundo a filha Maria Vitória, de «vida densa e austera, dedicada a trabalhar pela Galiza e a sua cultura». O pensamento crítico e a defesa do reintegracionismo fizeram com que, durante bastantes anos da sua vida e mesmo posteriormente, o isolacionismo dominante na cultura e na política da Comunidad Autónoma de Galicia o submetesse ao ostracismo, não só injustificado, mas aberrante até.
Acabado o Bacharelado, matriculou-se na universidade compostelana no curso de Direito e participou dos movimentos de resistência estudantil à ditadura de Primo de Rivera, até chegar a ser presidente da Federación Universitaria Escolar (FUE). Lá relacionou-se com o Seminário de Estudos Galegos. É de então que arranca o seu compromisso com a cultura e língua da Galiza.
Em 1931, acabados com brilhantez os estudos de Direito, publicou na editora Nós, de Ângelo Casal, o poemário Vieiros e em 1934, O siléncio axionllado (1934). Também em 1931, cofundador do Partido Galeguista, integrou, junto de Daniel Castelão, Alexandre Bóveda, Lugris Freire, Paz Andrade e Tobio Fernândez, o Conselho Assessor. Com Luís Tobio elaborou o Anteprojecto de Estatuto de Autonomia para Galiza, de concepção federalista.
A guerra civil (1936-39) surpreendeu Carvalho em Madrid, no concurso para catedrático de liceu. Ali coincidiu com a delegação galega, que, presidida por Castelão, apresentou nas Cortes os resultados oficiais do referendo estatutário. Incorporado ao exército republicano, como oficial, lutou em Valência e Andaluzia, onde foi detido. Em 1939, terminada a guerra, foi julgado e condenado por separatista a cadeia perpétua, afinal reduzida a doze anos e um dia de prisão maior. A guerra, o triunfo dos sublevados reduziu ao nada o esforço de reconstrução nacional da Galiza, em que Ricardo Carvalho Calero participara ativamente.
Já em 1941 a Ferrol e impedido de exercer, dedicou-se ao ensino particular. Das lembranças daquele tempo nutre-se o seu romance Scórpio (1987).
Em 1950 deslocou-se a Lugo, já como professor e diretor do Colégio Fingói. É também desde esse ano que colaborou no projeto cultural galeguizador da editora Galáxia.
Em 1951 publicou A Gente da Barreira, primeiro prémio da editora Bibliófilos Gallegos. Em 1954, doutorou-se em Madrid com a tese Aportaciones fundamentales a la literatura gallega contemporánea.
Em 1958 ingressou na Academia Galega com o discurso Contribuiçom ao estudo das fontes literárias de Rosalia
Em 1963 publicou a História da Literatura Galega Contemporânea, obra básica da crítica literária galega.
Em 1964-65 incorporou-se como professor interino de Língua e Literatura Galegas na Universidade de Compostela, onde acabaria sendo, por oposição, o primeiro catedrático de Língüística e Literatura Galega.
Em 1966 apareceu a primeira ediçom da sua Gramática elemental del gallego común, que representou na cultura galega um acontecimento de enorme transcendência.
Em 1977, ao morrer Sebastiám Martinez Risco, foi proposto (e recusou) para ser presidente da RAG. Nesses anos começou de compilar a sua obra: Sobre língua e literatura galega (1971); Estudos Rosalianos: aspectos da vida e obra de Rosalia de Castro(1979); e Libros e Autores Galegos I (1979).
Em 1979 presidiu a Comissom de Lingüística da Xunta Preautonómica, que elaborou umhas Normas Ortográficas do Idioma Galego, destinadas ao ensino e à administração, que na realidade por pressão do bloco isolacionista não chegaram a ser praticadas. Já Carvalho daquela optara pela corrente reintegracionista, na sequência do nacionalismo histórico. Com a tomada da RAG pelo ILG foi marginalizado e mesmo caluniado desde as novas instituições.
Em 1980 reformou-se da função docente e intensificou a atividade literária. Foi nomeado membro ordinário da Academia das Ciências de Lisboa, membro de honra daAssociaçom Galega da Língua, das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal e também da Associación de Escritores em Lingua Galega.
Nomeado Filho Predileto de Ferrol em 7 de janeiro de 1990, pouco tempo depois, em 25 de março, faleceu em Santiago de Compostela.
*****************
À homenagem no centenário do seu nascimento estão abertas a participação de qualquer pessoa e entidade. Para participar diretamente envie-se um correio electrónico desde a Seção "Contato".

Comentarios

Entradas populares de este blog

Aumentan las renuncias de miembros del Gobierno de EE.UU. en protesta por la política de Biden respecto a Gaza | Democracy Now!

Aumentan las renuncias de miembros del Gobierno de EE.UU. en protesta por la política de Biden respecto a Gaza | Democracy Now! Amy Goodman y Denis Moynihan El ataque de Israel contra Gaza ha provocado protestas en todo el mundo, incluido Estados Unidos. Aunque últimamente la atención se ha centrado en las manifestaciones estudiantiles en los campus universitarios, también ha emergido otro movimiento de protesta: el de funcionarios del gobierno de Estados Unidos que se oponen a las políticas estadounidenses que están devastando Gaza y que ofrecen una crítica desde adentro del accionar de su gobierno. A pesar de esta ola de disenso interno, y aunque al mismo tiempo esté pidiendo un alto el fuego en Gaza, el presidente Joe Biden sigue proporcionando armas y cobertura diplomática a Israel. Lily Greenberg Call fue designada por Biden, a principios de 2023, como asistente especial de la jefa de gabinete del Departamento del Interior, pero renunció a su cargo el 15 de mayo de este año. En un...

Elegia rota a Rafael Pillado, amigo, mestre, compañeiro e camarada

Elegia rota a Rafael Pillado, amigo, mestre, compañeiro e camarada Yo no me río de la muerte.  Sin embargo conozco su  blanca casa, conozco su  blanca vestimenta, conozco  su humedad y su silencio.  Claro está, la muerte no  me ha visitado todavía,  y uds. preguntarán: ¿qué  conoces? No conozco nada.  JAVIER HERAUD  “Jamás os dire ADIOS, a vuestra cita no faltare”  Es impagable este día eterno sin cielos troquelados  de una “fe adorable que el destino blasfema”  sin un solo dios verdadero  y sin las jaculatorias del miedo y la amargura  Una bandada roja de manos clandestinas  acompaña esta firme tristeza  sin embargo también ondean manteles blancos  de abrazos comestible  Hoy  un sueño que no duerme  se posa con toda la fatiga del mundo  en los ojos desorbitados de escuchar  como cedes la vida  su sonido de semilla  con el peso justo  la indomable sabiduría...

La impunidad a los 43 años del Golpe de Estado de Uruguay

El Estado uruguayo comenzó a actuar en forma ilegítima desde la década del 60, cuando obreros y estudiantes enfrentaban una brutal represión. A partir del 27 de junio de 1973 el golpe institucional se consagra con la disolución del Parlamento, llevada a cabo por Juan María Bordaberry, que pasaría de Presidente de la República a dictador. A partir de ahí se ejerció ferozmente la violencia sistemática y generalizada donde se utilizó la fuerza de las armas y la anulación de los derechos de los ciudadanos, incluso el más básico: el derecho a la vida. Toda la sociedad, de una manera u otra, fue atrapada por las garras de la dictadura, salvo, aquellos que fueron cómplices o se beneficiaron con ella. La disolución de las Cámaras fue enfrentada por los trabajadores, los estudiantes universitarios y los sectores populares de todo el país. La misma madrugada que se gesta el golpe, la respuesta de la CNT no se hizo esperar, lanzó un manifiesto llamando a la ocupación de los lugares de trabajo...